O projeto Escolas Comunitárias do Rio Negro tem como propósito impactar a vida de mais de 750 crianças, aprimorando a infraestrutura escolar e garantindo melhores condições de ensino tanto para os alunos quanto para os educadores. No município de Novo Airão, localizado às margens do Rio Negro, já foram construídas 12 escolas, com o planejamento total de 24 unidades.
As principais características do projeto são:
- Resgate da arquitetura regional ribeirinha e indigena, na tecnologia construtiva, linguagem tipológica e solução bioclimática. Cobertura elevada e com grandes águas, arquitetura palafitada, estrutura e fechamentos em madeira, iluminação natural e ventilação cruzada entre módulos. Fachadas com áreas para customização gráfica de cada comunidade.
- Tipologia criada por módulo base flexível ao programa de uso; salas de aulas, cantina, residência para professores. Ajustável ao crescimento da comunidade com assemblagem modular linear, espelhada, ou frontal. É também adaptável a diferentes situações topográficas, orientação para melhor iluminação natural, direção do vento e ângulo das chuvas.
- Inteligência construtiva na otimização da logística, construção e manutenção.
O projeto é simples e apresentado para as comunidades com desenhos diagramáticos intuitivos. O método construtivo nasce das construções tradicionais locais e por isso facilmente executado pelas comunidade locais do Rio Negro e afluentes. Toda a madeira é extraída pelas comunidades conforme programas homologados e em muitos casos reutilizada de árvores das queimas criando assim efeitos de paredes e pisos multicoloridos.
Justamente por ser construída com mão de obra e materiais locais (excepto fundação, telhas e componentes sanitários) a manutenção é garantida localmente.
O projeto foi encomendado pela Fundação Almerinda Malaquias (FAM) e integra o Projeto Educação Ribeirinha, em parceria com a Prefeitura de Novo Airão.
O desenvolvimento do projeto ocorreu de forma colaborativa, com visitas técnicas e trocas de conhecimento entre os arquitetos e as lideranças comunitárias. Essas interações permitiram compreender as falhas das antigas construções escolares em alvenaria e, a partir disso, desenvolver soluções adequadas às condições locais, aos saberes construtivos tradicionais e aos modos de vida ribeirinhos.
Durante a execução das obras, a participação das comunidades foi fundamental. Os moradores se envolveram em todas as etapas, desde o preparo da madeira até a construção das escolas e as crianças contribuíram criativamente com desenhos para as fachadas, fortalecendo o vínculo entre arquitetura e cultura local.
O projeto arquitetônico foi uma doação do Atelier Marko Brajovic para a Fundação Almerinda Malaquias, dentro do Projeto Educação Ribeirinha. A construção das escolas tornou-se possível graças às doações da iniciativa privada, ao apoio da Expedição Katerre e do Mirante do Gavião, além do engajamento voluntário de cada uma das comunidades envolvidas.
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@fundacaoalmerindamalaquias | @prefeituranovoairao | @expedicaokaterre
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Prêmios: