São Paulo sediou em 2017 o holandês Dekmantel Festival, um dos mais importantes festivais de música eletrônica do mundo. O Jockey Club de São Paulo atraiu 6 mil pessoas que puderam vivenciar um evento para além da música. A ideia geral da cenografia foi a simbiose entre cada um dos palcos e a própria arquitetura do Jockey, cujo projeto data da década de 40, feito pelo arquiteto francês Henri Sajous.
Para a criação da cenografia de três palcos do festival, um time de arquitetos foi convi...
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São Paulo sediou em 2017 o holandês Dekmantel Festival, um dos mais importantes festivais de música eletrônica do mundo. O Jockey Club de São Paulo atraiu 6 mil pessoas que puderam vivenciar um evento para além da música. A ideia geral da cenografia foi a simbiose entre cada um dos palcos e a própria arquitetura do Jockey, cujo projeto data da década de 40, feito pelo arquiteto francês Henri Sajous.
Para a criação da cenografia de três palcos do festival, um time de arquitetos foi convidado para participar do projeto: SuperLimão Studio, Atelier Marko Brajovic e Estúdio Guto Requena. A linguagem e programa dos palcos seguiu o evento original desenvolvido pelo holandês Bob Roijen (Light & Stage Designer). O projeto de iluminação é do Sala 28 e a execução da cenografia da GTM.
O palco principal, Main Stage, se aproveitou da atmosfera do Jockey e o skyline de São Paulo, com suas diversas torres de luzes espalhadas. Por lá se apresentaram grandes nomes da música eletrônica do passado e presente. O cenário está desenhado com base em uma atmosfera mais próxima a ambientações industriais de cenografia minimalista da música eletrônica. Painéis de madeiras pintadas com uma textura foram instalados em 8 torres; neles, painéis de led com projeções de Bob Roijen foram exibidos em sinergia com cada artista que se apresentou. Por entre esses painéis, faixas lineares de luzes se projetaram verticalmente, criando uma atmosfera mística sobre os artistas e o palco. A cobertura, com um grande balanço, seguiu a linguagem da cobertura das arquibancadas do Jockey Club.
No palco Goptun, houve a transmissão do canal Boiler Room, palco que teve clima intimista e imersivo. Os arquitetos imprimiram uma linguagem mais transparente, que valorizasse o Tattersall do Jockey a partir da construção de uma cobertura leve de estrutura metálica e com iluminação difusa: canhões de luz instalados sob do piso do praticável refletiam na cobertura existente. Como recebeu Djs e bandas, o palco foi pensado em dois níveis.
Já o Palco Selectors, como o nome diz, fala sobre uma seleção sofisticada e incomum dos DJs que lá se apresentaram, no estilo de um ambiente interno e acolhedor de uma loja de discos. Abrigou uma área envolta por construções e árvores. A madeira foi o material escolhido para o contato com as pessoas e o clima do espaço. Foram criados 3 pórticos que suportavam a cobertura formada por vigas de madeira, e que desciam atrás do DJ, formando o backdrop no mesmo clima. A impressão é que há um ponto de fuga e todas as atenções se voltam para o artista que se apresentou.
Comissionado por: Dekmantel
Formato: Evento
Descrição do Trabalho: Design dos palcos, palco principal, ambiente selecionados
Equipe de Projeto
Autor: Atelier Marko Brajovic + SuperLimão Studio + Studio Guto Requena
Diretor Criativo: Marko Brajovic
Diretor de Projeto: Bruno Bezerra
Arquitetos Colaboradores: Fernanda Zanetti, Fernanda Matos, Gabriel Brugnara, Jovana Pectrovic
Montagem e Fabricação: GTM