Nhe’ẽry: onde os espíritos se banham

O Atelier Marko Branovic teve a honra de ser convidado a transpor o sonho das curadoras Sonia Ara Mirim, Cristine Takuá, Sandra Ara Rete Benites e curador Carlos Papa Mirim Poty de “trazer a visão dos espíritos que habitam a floresta” para o espaço expositivo do Museu das Culturas Indígenas, em comemoração ao seu primeiro aniversário.

“Nhe’ẽ ry é uma forma de entender a dimensão da floresta, um santuário que pode se transformar em um portal. Pode ser traduzida como “onde os espíritos se banham”, se purificam para ter elevação divina, integrando o mundo cosmológico para se ter uma leveza espiritual e uma vida eterna – na concepção guarani, o Yvy Marae’ỹ.”

Exposição que gera vida
Transformamos a sala do museu em um viveiro de mudas endêmicas da Mata Atlântica, que crescerão e regenerarão parte da floresta, formando um ciclo de vida. A estrutura, além de carregar as plantas, suporta uma diversidade de conteúdos e experiências. Uma instalação multimídia no centro da sala traz sons e visões oníricas dos seres e espíritos que habitam Nhe'ery, aguçando todos os nossos sentidos.


Viveiro de plantas - Enxerga a Floresta
Paredes externas da exposição se transformam em um viveiro de mudas da mata atlântica, criando um ambiente de umidade e luz natural. As plantas filtram e naturalizam a vista da cidade, e recortes estratégicos propõem enquadramentos da paisagem, criando conexões entre a exposição e sítios como o Pico do Jaraguá.


Pedra que Canta - Escutar os povos da floresta
A forma curva no coração da exposição é um monolito natural, uma instalação auditiva que carrega diversos cânticos de Nhe'ery.

Caverna dos Sonhos - Sentir os espíritos da floresta
Uma instalação imersiva audiovisual convida os visitantes a uma experiência multissensorial de Nhe'ery. Ambiente escuro, úmido e grave, que organiza o público em volta de uma video-arte que inicia no piso, sobe pelas paredes e transborda sobre todos.

Cartografia da Floresta - Enxergar a floresta
A parede de fundo da exposição é um grande suporte para conteúdos explicativos de fotos, textos e vídeos.

“Esta exposição busca trazer a visão dos espíritos que habitam a floresta. Cada ser vegetal, animal e mineral possui sua profunda Sabedoria. Os espíritos guardiões de tudo que nela habita estão conectados com os povos originários que brotam da .”

A Mata Atlântica é um patrimônio em risco
Sendo diariamente ameaçada, a Mata Atlântica vive um intenso desmatamento, restando menos de 20% da cobertura vegetal original. Boa parte dela é protegida por povos indígenas que ali habitam. Preservar os biomas, a Mata Atlântica, preservar as florestas e os animais é preservar a vida na terra.Nhe’ẽ ry

Ficha tecnica
Projeto expográfico: Atelier Marko Brajovic
Diretor criativo: Marko Brajovic
Diretor de projeto: Bruno Bezerra
Coordenação de projetos efêmeros: Kelen Tomazelli
Arquitetura: Teresa Lima
Documentação: Guilherme Mariano e Gabriel Tunes