Pensar uma exposição sobre Stanley Kubrick trouxe-nos o desafio de apresentar um conteúdo carregado de significado de forma coerente, sem ressignificá-lo ou re-interpretá-lo, mas reforçando-o. Juntamente ao MIS (Museu da Imagem e do Som) foi concebida uma cenografia narrativa e imersiva que buscou traduzir o universo do diretor.
Partindo das escolhas estéticas de Kubrick, em que a fotografia e a arte assumem uma posição saliente, quase expressionistas, juntamente com suas densas narrativas,...
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Pensar uma exposição sobre Stanley Kubrick trouxe-nos o desafio de apresentar um conteúdo carregado de significado de forma coerente, sem ressignificá-lo ou re-interpretá-lo, mas reforçando-o. Juntamente ao MIS (Museu da Imagem e do Som) foi concebida uma cenografia narrativa e imersiva que buscou traduzir o universo do diretor.
Partindo das escolhas estéticas de Kubrick, em que a fotografia e a arte assumem uma posição saliente, quase expressionistas, juntamente com suas densas narrativas, identificamos na tensão constante existente em seus filmes, um padrão recorrente, o qual nos serviu de ponto de partida conceitual: proporcionar ao visitante a mesma imersão no denso universo dos seus filmes.
Para tal, partindo da metáfora do trem-fantasma, criou-se um percurso fechado onde o visitante transita de um filme ao outro, passando por espaços de transição, escuros, sendo surpreendido a cada nova área adentrada.
Cada sala foi pensada de modo a reproduzir a essência do filme apresentado, transportando o visitante ao universo do mesmo.
Partimos de três diretrizes projetuais: captar de cada filme as emoções e sensações predominantes, a exemplo do confinamento em Paths of Glory e em O Iluminado, constrangimento em “De Olhos bem Fechados”; a materialidade a partir da paleta de cores, texturas, luz, composição cênica, exemplificados na textura pincelada e composições simétricas das pinturas de “Barry Lyndon”, na multi-informação e cores vibrantes de “Laranja Mecânica” ou na renda parecendo ingênua, mas ao mesmo tempo sensual de “Lolita”; e por fim, a fotografia e movimentos de câmera, exemplificados em “2001: Uma odisseia no Espaço” em que a luz piscante em um espaço circular monumental nos coloca em constante movimento, em órbita. Deste modo, buscamos tornar o visitante “ator” ativo de cada cena/ sala.
O desenho do som teve também um papel essencial para a criação de ambiência e imersão. Trechos da trilha sonora dos filmes completam a experiência do visitante- ator.
Comissionado por: MIS - Museu de Imagem e do Som
Idealização da Exposição e Prdução Executiva: MIS - Museu de Imagem e do Som
Formato: Exposição
Descrição do Trabalho: Projeto do cenário, iluminação e coordenação de montagem
Equipe de Projeto
Autor: Atelier Marko Brajovic + Carmela Rocha
Coordenador de Projeto: Fernanda Zanetti
Arquiteto Colaborador: Rebecca Grinspum
Ajustes de Som: Rodrigo Berg