Sinfonia do Futuro foi uma instalação multissensorial desenvolvida para a empresa de metais Docol durante uma feira comercial em São Paulo que convidava o visitante a interagir através de seus sentidos com o espaço.
O projeto foi pensado a partir de uma visita à fábrica onde nos deparamos, em seus processos produtivos, com uma metáfora da história da indústria, desde seus processos artesanais às mais novas tecnologias robóticas: foi inevitável pensar no tempo histórico, na ideia de futuro e de utopia.
Estava sendo lançada, na feira, a linha de torneiras Industrial, produto que se apresentava com uma preocupação quanto à otimização de materiais e processos, feito com canos e registros de parede, peças já produzidas pela empresa.
Este contexto nos levou a pensar nos utopistas da década de 1960, fazendo um paralelo conceitual com os projetos de Archigram, Plug- in-city (1964) e Superstudio, The continuous monument (1969), que se mostraram extremamente atuais em sua discussão em quanto às infra-estruturas, conexões em rede, circulação livre em que o design seria para todos.
Olhando para esses projetos nos inspiramos a pensar a instalação como uma abstração formal desses conceitos.
A leveza desejada para o espaço traduziu a mesma leveza de um futuro utópico onde espaço claros e alvos encontraram eco na cidade de Armila, do livro As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. A instalação tornou-se uma metáfora dos canos dessa cidade propondo-se como um grande instrumento musical, um órgão, com o qual os visitantes poderiam tocar a Sinfonia do Futuro Docol, tal qual as ninfas que habitavam Armila.
Através da manipulação de torneiras da linha Industrial, cada visitante podia tocar uma nota desta sinfonia criada coletivamente.